segunda-feira, 26 de julho de 2010

RASTROS NO DESERTO



Caminho longamente no deserto sentindo o vento embaraçar meus cabelos e meus pensamentos


Olho para trás e vejo o rastro deixado na areia por minhas pegadas que em breve o vento apagará


Giro de braços abertos até cansar e caio no chão vendo tudo girar


Só escuto o zumbido do vento e sinto a solidão zombar de meus toscos pensamentos


Nada nem ninguém ao redor


Uma imensa solidão


Silêncio enlouquecedor


Não tem ninguém para dividir a dor


Converso com o vento


Choro ao ver o sol se pôr


Conto as estrelas e converso com a lua


Bebo minhas lágrimas e como minhas unhas


Adormeço morrendo de frio que faz doer meus ossos


Vivo imensa batalha em meu sonho


Correndo pra te alcançar sem conseguir te tocar


Sempre foges de mim, não consigo te alcançar


Acordo angustiada


O deserto está em minha alma


Minha travessia pelo deserto continua por um tempo que não consigo mensurar


Até quando vai durar?


Sentada fico horas contado os grãos de areia para separar meus pensamentos


Será que um dia termino essa travessia?


JANAINA ISMENIA DE MELO.
(fotos tirada da internet)

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