No cesto de roupa suja procuro teu olhar que ficou cravado em minha roupa imunda, onde estará? no bolso ou na manga?
Manga de chupar ou manga de rir?
Rir de minha insanidade absoluta...
Insanidade delirante de procurar no armário nos cabides pra tocar teus cabelos pendurados
Onde estás que não te vejo?
Te procuro no chuveiro, entre a dança dos pingos incessantes...
Mas não estás novamente, porque foges de mim?
De meu delírio incessante?
Já sei, se escondeu em meus lençóis pra me cobrir de noite
Como posso viver alucinando teu sorriso em meu café? Não posso tomá-lo para não perder teu sorriso
E agora como te encontrar senão no meu delírio?
Corro atrás do vendaval pra segurar suas mãos que me chamam e sua voz que grita na minha cabeça
Não, não, não
Não posso te trazer pro meu mundo, pois ele não tem limites, nem bordas, nem muros
É tudo infinitamente fluido, fora da dimensão do real, você estranharia demais, enlouqueceria também?
No meu mundo eu posso voar, ser homem, mulher, menino ou que eu quiser
Não me encaixo no mundo da razão e da normalidade
Sou fragmentos de ser de milhões de realidades diversas que estão muito além do que permite o “normal”
Pinto pensamentos
Brigo com o vento
Esculpo em nuvens passageiras imagens com tintas frescas de meus toscos pensamentos
Deixo marcas no vento
Delírios e alucinações são meu cotidiano, além de você no meu cesto de sanidade.
JANAINA ISMENIA DE MELO.
(foto tirada da internet).
Nenhum comentário:
Postar um comentário